Tecnologia e Diferenciação: Sem Riscos – Sem Ganhos

Em conversas com clientes, recebo pedidos freqüentes de apoio para usar tecnologias da Microsoft na diferenciação dos seus produtos frente a concorrência. Nestas conversas os assunto campeões de audiência costumam ser:

  • Melhorias na interface gráfica (e então me pedem para apoiá-los com tecnologias como WPF, Prism, Silverlight, DirectX, multitouch, speech API, etc.);
  • Melhorias na gerência do ciclo de vida de uma aplicação (e então me pedem para que eu fale de Visual Studio, o Project, Visio, etc.);
  • Funcionalidades horizontais, como relatórios, segurança, etc. (e então discorro sobre Reporting Services, ADSI, CryptoAPI, etc.);

O interessante é que quando falo destas tecnologias logo vem o diálogo:

- Mas não ficaremos dependentes da plataforma de aplicativos da Microsoft?

- Com certeza, sim!, é a minha resposta sincera.

Se pergunto em seguida o que estão usando, em poucos minutos se percebem já utilizando toneladas de infraestruturas únicas da plataforma. É muito comum encontrarmos:

  • Máquinas Virtuais únicas na plataforma (VB, .Net, Delphi, etc.);
  • Uso da infraestrutura de componentização da plataforma (ActiveX, OCX, COM+ e DLLs) e componentes de mercado, frameworks e bibliotecas que utilizam esta infraestrutura como base;
  • Infraestrutura de administração (instalação com msi, contadores de performance, uso do registry, event trace, ETW para log, bibliotecas como o Entity Framework que abstraem parte desta infraestrutura, etc.);
  • Serviços externos (como extensões e/ou interoperabilidade com o Office, SharePoint, Exchange, etc.) ou internos (como o MSMQ, pool de conexões para o banco de dados, sistema de arquivos transacionais, hospedeiros de aplicações como o Windows Service, o IIS ou o WAS, etc.)

Constatação: se você usa qualquer destas tecnologias, mesmo num aplicativo simples no cliente Windows, você já sabe usar o Windows para se diferenciar de um bom número de competidores.

Depois desta avalanche é normal certo ar de surpresa. Ele se conscientizou que já usa um grande número de tecnologias que o fizeram ao longo do tempo produzir software mais rápido, com melhor gerenciamento, com melhor a experiência do usuário, etc. Portanto, a proposta do uso de novas tecnologias não é de todo absurda.

A pergunta seguinte, e mais difícil de responder, costuma ser: mas esta tecnologia vai pegar?

Não tenho bola de cristal, mas existem indicadores interessantes. Por exemplo, como o Windows 7 está se saindo muito bem (veja as vendas), é bem provável que tecnologias como multitouch, WPF e outras específicas deste SO ganhem mais adeptos – já percebo isto no meu dia a dia. Existem boas chances destas tecnologias se tornarem diferenciais de mercado.

Mas fica o lembrete: faça você também as suas apostas, ouça seu instinto. Sempre haverá riscos.

Sem riscos – sem ganhos, diz o ditado.

Abraços