Vantagens e desvantagens da computação em nuvem

Concluído

Vantagens da nuvem

A popularidade da computação em nuvem provém de seus inúmeros benefícios, incluindo maior economia, gerenciamento simplificado de TI, escalabilidade, flexibilidade, utilização aprimorada e uma pegada de carbono reduzida. Consideremos as vantagens da nuvem uma por uma:

  • Modelo econômico: Normalmente, as organizações estimam seus requisitos de TI com um período de 1 a 5 anos de antecedência, em um processo chamado de planejamento de capacidade. O planejamento de capacidade leva as organizações a estimar os investimentos em TI para picos de carga, o que poderia levar a um excesso de capacidade em certos momentos (recursos subutilizados) ou a uma capacidade deficiente, quando as cargas excedem as projeções (podendo levar à degradação do serviço). Com o modelo econômico pago conforme o uso, as organizações pagam pelos recursos de que precisam. As organizações não precisam mais pagar custos antecipados, investir e adquirir uma infraestrutura de computação cara nem pagar custos recorrentes para gerenciar sua infraestrutura. Isso é especialmente importante para as start-ups pois, ao contratar recursos de computação, elas se beneficiam da redução do custo inicial e da redução do tempo de comercialização ao criar e disponibilizar suas ofertas para o público geral.

  • Gerenciamento simplificado de TI: Os usuários de serviços na nuvem não precisam destinar tempo e recursos para configurar, operar e manter seus recursos de TI. O provedor de nuvem, no entanto, concorre por clientes e, portanto, investe recursos significativos para gerenciar e manter suas ofertas com alta confiabilidade.

  • Escalabilidade: Em um ambiente de computação interno e tradicional, as organizações podem demorar de alguns dias a vários meses para adquirir, configurar e operar uma infraestrutura de TI. Os provedores de serviços de nuvem conseguem provisionar para os clientes recursos alugados de computação em questão de horas ou até de minutos. Os clientes não apenas podem ampliar o uso de recursos sob demanda, como também reduzi-los durante períodos de baixa demanda para economizar dinheiro. Portanto, a nuvem possibilita a importante propriedade de elasticidade, em que os recursos podem ser provisionados e desprovisionados de maneira dinâmica ou programática para se adaptar às cargas de trabalho em alteração. Para dar suporte à elasticidade, muitos provedores de serviços de nuvem disponibilizam soluções de dimensionamento automatizadas para alterar dinamicamente o provisionamento de recursos conforme a demanda flutua.

  • Flexibilidade: Para determinados serviços de nuvem, os provedores oferecem aos usuários a flexibilidade de configurar qualquer plataforma de software para ser executada em qualquer sistema operacional disponível como uma imagem virtualizada em uma infraestrutura de concessão personalizada e provisionada. A nuvem oferece a possibilidade de abandonar as inflexíveis decisões de design de TI de uma organização (vinculadas a plataformas e à infraestrutura de desenvolvimento específicas) para adotar opções mais flexíveis, elásticas e modulares.

  • Utilização aprimorada: A utilização de recursos é significativamente aprimorada com a computação em nuvem porque os recursos físicos são compartilhados entre os usuários (multilocação). Por meio da virtualização, os servidores agora são consolidados como imagens do sistema operacional que compartilham os mesmos recursos do sistema. Portanto, a utilização é melhorada, o que leva a uma economia geral de energia e resfriamento e reduz a pegada de carbono.

  • Implantação ágil e global: Ao empregar os serviços de provedores de serviços de nuvem que também têm uma presença global de data center, as start-ups podem competir com as empresas tradicionais, distribuindo rapidamente os aplicativos e serviços para um público global. Isso é especialmente importante para as start-ups de mídia social, que podem ver a popularização das tendências de crescimento viral enquanto serviços em vários países/regiões.

Riscos da computação em nuvem

Ao adotar os serviços de nuvem, os usuários e as organizações podem desfrutar de muitas vantagens. No entanto, o uso desses serviços apresenta vários riscos, entre os quais:

  • Aprisionamento pelo fornecedor: As plataformas de computação em nuvem dos principais fornecedores de nuvem são na maior parte exclusivas. A falta de padronização pode levar a uma situação de aprisionamento pelo fornecedor, como quando um cliente se inscreve em um serviço de nuvem, desenvolve aplicativos e implanta dados nele. A falta de padronização faz com que a possibilidade de o cliente migrar para outra plataforma de nuvem sem atritos seja improvável. O cliente geralmente exige um especialista em migração para a nuvem terceirizado ou um serviço adicional para migrar o aplicativo para uma plataforma diferente.

  • Riscos de segurança: como a computação em nuvem pública pode fazer com que os dados de uma organização sejam enviados para fora dos domínios, a segurança se torna um risco e uma preocupação principais. Para determinados domínios, é simplesmente inaceitável que os usuários ou organizações façam isso. Nesse caso, eles podem precisar recorrer à criação de uma nuvem privada ou ter recursos com acesso restrito para atender às necessidades deles. No entanto, determinados mercados com exigências rígidas de segurança têm soluções de nicho. Um exemplo é o Amazon GovCloud, que atende a determinadas exigências do governo federal dos EUA quanto à segurança e à integridade de dados. O GovCloud é fisicamente distinto de outras infraestruturas de nuvem que a Amazon disponibiliza para o público, reduzindo assim a exposição. O Azure Governamental atende à mesma função no espaço do Azure.

  • Riscos de privacidade: O uso da nuvem também gera muitas preocupações relacionadas à privacidade. Dependendo da região em que um provedor de serviços de nuvem opera, pelas leis, os governos podem ter o direito de procurar e confiscar dados do provedor sem notificação ou o consentimento explícito do cliente. Além disso, os clientes não podem se sentir totalmente seguros quanto à confidencialidade dos dados quando usam nuvens públicas. Abordamos alguns riscos à segurança associados à computação em nuvem mais adiante neste módulo.

  • Riscos de confiabilidade: nem as nuvens ficam imunes aos problemas de confiabilidade. Em dezembro de 2012, os usuários da Netflix passaram por uma interrupção no serviço devido a “problemas de conectividade e degradação de desempenho” da Amazon em seus servidores na Virgínia. O datacenter da Amazon EC2 na Virgínia do Norte sofreu uma paralisação por alguns dias em 2011, afetando sites como Reddit e Foursquare. O Microsoft Azure também enfrentou um problema semelhante, e seus serviços ficaram inativos por 2 horas e meia na Europa Ocidental. As nuvens públicas representam um risco potencial à confiabilidade que pode afetar as organizações. Os clientes devem se preparar para falhas e usar recursos como zonas de disponibilidade, nas quais os clientes podem configurar o failover e as infraestruturas redundantes para assumir o controle no caso de falha; e isso tem um preço, é claro. Os usuários de nuvem tentam reduzir o risco à confiabilidade da nuvem assinando SLAs (contratos de nível de serviço) que permitem a compensação na ocorrência de tais eventos. Uma vez que os serviços de nuvem podem ser acessados somente pela rede, qualquer interrupção da conectividade fará com que o aplicativo falhe, possivelmente levando à perda de reputação e/ou receita.

Alguns desses riscos não são específicos apenas à computação em nuvem, mas são típicos de qualquer provedor de serviços, sejam eles serviços bancários ou de saúde. Os provedores de serviço de nuvem devem considerar cuidadosamente as implicações desses riscos e projetar soluções para atenuá-los, já que a credibilidade e reputação deles afetam diretamente a taxa de adoção. Os adeptos da nuvem que oferecem seus próprios serviços também devem proteger a respectiva reputação contra esses riscos.

Desafios na computação em nuvem

Além dos benefícios e riscos, há vários desafios associados à adoção da computação em nuvem:

  • Engenharia e desenvolvimento de aplicativo: uma nuvem inerentemente promete uma infraestrutura sob demanda dinamicamente escalonável. No entanto, a programação de uma nuvem é mais complicada do que escrever código para um único computador. Novos paradigmas de programação como MapReduce, Spark e GraphLab, em conjunto com APIs de provedor para gerenciar a infraestrutura, ajudam os desenvolvedores a gerenciar a complexidade, mas ainda apresentam uma curva de aprendizado. Além disso, os desenvolvedores capacitados com experiência em nuvem ainda são relativamente raros, mesmo com a demanda por eles em alta. Por fim, os modelos de programação de nuvem e as APIs estão em constante evolução, podendo ser adicionados aos custos recorrentes de engenharia e desenvolvimento.

  • Movimentação de dados: o uso de nuvens públicas normalmente requer conexão com a nuvem pela Internet. Devido a esse requisito, a movimentação de dados para dentro e fora da nuvem é consideravelmente mais lenta do que na LAN (rede local) de uma organização. Embora a nuvem permita que os aplicativos direcionem grandes quantidades de dados (Big Data), a movimentação de dados pode se tornar um fator de limitação para a adoção da nuvem. Por exemplo, a Amazon e a Microsoft permitem que os clientes carreguem grandes conjuntos de dados gratuitamente ou enviem discos rígidos para que os dados neles possam ser carregados na nuvem.

  • QoS (Qualidade de Serviço): como mencionado anteriormente, a infraestrutura de nuvem normalmente é compartilhada entre muitos usuários. Esse compartilhamento é um desafio para os provedores de nuvem oferecerem garantias de QoS para seus clientes. Esse desafio pode impedir que determinados aplicativos sensíveis ao desempenho sejam migrados para a nuvem. A QoS nas nuvens é uma área importante da pesquisa na nuvem. Por exemplo, regular a largura de banda de E/S para máquinas virtuais específicas pode oferecer desempenho previsível para aplicativos críticos.

Verificar seu conhecimento

1.

Jack tem um TCO (custo total de propriedade) de 5.000 dólares por 3 anos para um único servidor físico. Em vez disso, ele está considerando a utilização de um servidor na nuvem. Qual é o custo de propriedade do servidor por hora, arredondado para o próximo centavo?

2.

Jack tem um TCO (custo total de propriedade) de 5.000 dólares por 3 anos para um único servidor físico. Em vez disso, ele está considerando a utilização de um servidor na nuvem. Digamos que a utilização do servidor por Jack seja de cerca de 10%. Em um período de 3 anos, qual é a quantidade efetiva de horas em que o servidor é usado?

3.

Jack tem um TCO (custo total de propriedade) de 5.000 dólares por 3 anos para um único servidor. Em vez disso, ele está considerando a utilização de um servidor na nuvem. Um provedor de serviços de nuvem ofereceu alugar a Jack um servidor virtual por 20 centavos por hora. Jack precisa alugar o servidor apenas pela quantidade de horas calculadas na pergunta anterior. Quanto Jack economizaria (arredondado para o dólar mais próximo) se alugasse seu servidor?