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A tendência da computação em nuvem privada

 

A nuvem é o termo usado como uma metáfora para a Internet. É uma abstração para a infraestrutura complexa que se esconde por trás de um serviço. Este modelo tipicamente se baseia em data centers externos, em um modelo de infraestrutura de serviço com custos operacionais por CPU.

Vamos fazer um exercício onde podemos aplicar esse conceito de computação em nuvem dentro dos data centers corporativos? Vamos trabalhar o serviço de correio eletrônico, um dos serviços mais utilizados pelas empresas e um dos mais críticos.

Imaginemos, então, o seguinte cenário. A empresa CONTOSO (com 50.000 funcionários) tem um ambiente de correio eletrônico baseado em Microsoft Exchange Server 2007. CONTOSO acaba de adquirir a empresa NWTRADERS (com 20.000 funcionários) e o primeiro projeto é a consolidação dos serviços de correio eletrônico em CONTOSO.

No modelo tradicional, a empresa CONTOSO iria avaliar se o hardware utilizado é suportado, e como na maioria dos casos, prepararia uma nova arquitetura para absorver os novos usuários. Esse modelo requer um número considerável de tempo e dinheiro para passar pelas etapas de aquisição de servidores, instalação e configuração do produto e reestruturação da nova arquitetura.

No modelo de computação em nuvem privada, o ambiente de correio eletrônico seria baseado em uma estimativa de capacidade de um conjunto de hardware/software chamado de célula do serviço: uma combinação dos diversos papéis desempenhados pelo serviço de correio eletrônico capaz de suportar um número específico de usuários.

Imaginemos, em nosso cenário, que cada célula comportaria até 10.000 caixas postais. Neste caso, seria necessário montar apenas mais duas células para os usuários da NWTRADERS.

Para trabalhar no modelo da nuvem é necessário ter contratos com fabricantes de hardware para fornecimento de um padrão predefinido e com estimativas de entregas pré-acordadas. A utilização de servidores virtuais é quase obrigatória, pela facilidade do uso de templates de servidores virtuais. Com isso, é possível subir uma célula do serviço em questão de minutos.

Não quero passar a idéia de que montar a infraestrutura de rede para a nuvem seja simples, pois exige uma arquitetura modular de quase todos os componentes. No nosso exemplo, qual seria o impacto de se colocar mais duas células no serviço de Active Directory e Segurança?

O mais importante, e que nem sempre é falado, é a dependência direta do gerenciamento de serviço. A computação em nuvem privada requer uma maturidade nos processos de governança muito maior do que o modelo atual praticado nas empresas.

Por fim, não acredito que o modelo de computação em nuvem privada seja o melhor para pequenas e médias empresas, no entanto, aquelas que oferecem serviços para milhares de usuários devem repensar a forma como trabalham e avaliar os benefícios desse novo modelo.